terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Cristo


(280)
Olho o Cristo
do Corcovado,
com as nuvens
tão envolvido
e escondido;
mas de repente
as nuvens passam
vão descobrindo
o Cristo todo
e vai ficando
iluminado;
vão se afastando
as nuvens medonhas
e vai aparecendo
a claridade;
Ver o Cristo
todo coberto
e apagado
não é bom;
gosto de vê-lo
resplandecente,
iluminado!...
Alina Castelo Branco 
(26/12/1976)



Fique o Amor


(269)
Fique o amor!...
Faltam poucos dias
para o ano findar;
é sempre assim
quando dezembro
chega afinal;
vai setenta e seis
leva para longe
nossa amargura
nossa lágrima
nossa angústia
nossa dor
e deixa conosco
só nosso amor
pois dele precisamos
para continuar lutando
e também vivendo
sempre eliminando
toda a nossa dor
e a nossa vida
sempre defendendo.

Se com o amor
nós não conseguimos
a felicidade
plena, nossa vida;
o amor nobre
que perdoa tudo
que ajuda
que entende
que releva
que nos faz madura;
qual o sentimento
que vence o mal
nesse mundo imenso?
Alina Castelo Branco 
(16/12/1976) 





Ontem


(264)
Ontem não dormi
não tinha sono
estava aflita;
não sei mesmo
o que aconteceu
pra não dormir
e acordada
raciocinar
dar um balanço
e analisar
todo um passado
e o presente
tão complicados
que ferem a gente.

Se a nossa vida
dependesse
de nós, apenas;
fôssemos soltos
sem elo algum;
vivêssemos só
sem ninguém
sem amolação
sem tolhimento;
fôssemos donos
das nossas ações
e não dependêssemos
de nada na vida
de jeito nenhum
era mais fácil
realizarmos
com a liberdade
que em parte temos
todos os desejos
em todos os momentos.

Mas, qual!
Uma coisa
puxa outra
uma pessoa
traz mil pessoas
pois os tais elos
que ligam vidas
no universo
não se soltam
nem mesmo quando
os colocamos
para reinar
dentro dos versos
pois  quanto mais
observamos
todos os elos
só são partidos
quando as sepulturas
são enfeitadas
e a nossa luta
torna-se enorme
e bem maior
por que lutamos
e convivemos
muitas das vezes
com certa gente
que é bem pior!...
Alina Castelo Branco 
(08/12/1976) 




O Mar


(936)
Põe-se o mar
longe, bem longe
a bravejar
e a sua fúria descarregar
nas suas ondas enfurecidas
admiradas e conhecidas.

Quando ele vem
perto da praia,
a sua bela namorada,
ele vem mansinho
devagarinho...
muito suave
vem se aproximando;
vem beijando
com muito carinho
e toda a areia
ele vem cobrindo.

Se você, cedo
bem cedinho
levantar-se e for correndo
pra junto ao mar
antes da aurora
vir a raiar
você vai ver
um espetáculo
maravilhoso
que é o mar
vindo tranquilo
e tão gostoso acariciar
a praia limpa e deserta
aproveitando para beijar
a areia e toda a terra.
Alina Castelo Branco 
(25/07/1976) 




Sem Coração


(702)
Serás que ele sofre também
por ter o rumo da sua vida
mudado tanto, tanto
e porque mantém
sempre a distância
os entes queridos
da sua família
e tudo na vida
que ele quis bem?

Não quero julgar
nem devo fazê-lo
mas cá pra nós
tenho que crer
que Deus ao formar
todas as criaturas
delas exigiu toda perfeição
entretanto penso
que pra muita gente
Ele se esqueceu
de dar um coração.
Alina Castelo Branco 
(30/07/1976) 




Bela


(394)
O que a vida
fez de você
e por que, querida,
você deixou,
não reagiu
e não lutou?...

A vida é dura
é uma escola
onde se vem
para aprender
e pra lutar
com unha e dente
e evitar
todo sofrimento.

Você querida
se entregou
e nem de Deus
você lembrou
e misturou
tudo, tudinho
e as suas chances
que eram enormes
grandes, vibrantes
você em vez
de sustentar
e por elas
sempre lutar
não, não
irmã querida
você então
desesperou
na sua fé
você vacilou,
tudo baralhou,
baralhou até
a sua vida
e por fim até
ficou perdida.

O pior de tudo
é que só temos
uma vida
temos que lutar
por ela sempre
minha querida!

Os seus sofrimentos
e as suas dores
um dia se transformarão
em lindas flores!...
Alina Castelo Branco 
(14/09/1976) 
(Dedicado a sua irmã Bela) 




Você...


(383)
Quando o vi
pela primeira vez
despreocupado, contente
naquele baile
de carnaval,
só em olhar
e depois dançar
algo me dizia
que você um dia
seria meu, afinal!

Alina Castelo Branco 
(14/09/1976)