quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Lembro-me de Você!...


(81)
Quando a noite cai e vejo no céu
tantas estrelas a brincar e a correr
olho pra cima e vejo um lindo véu:
lembro-me de você!...

Quando o sol desponta e o dia vem
corro e pego o lápis para escrever
aproveito do dia lindo, lembro alguém:
lembro-me de você!...

Nas longas horas em plena madrugada
no silêncio, na paz que vai na alma
muita coisa agora tão apagada,

vai ficando pra trás, como o sofrer
misturando a tantas coisas erradas:
lembro-me de você!...
Alina Castelo Branco 
(15/09/1976) 


Revivendo


(76)
Não sou muito
de sentir saudade,
sou de relevar
e me desprender
das coisas que passam
no longo da vida,
e do meu viver
mas quando me lembro
sempre de saudade
lembro-me dos tempos
que era criança
e por Deus, feliz,
não entendia nada,
e despreocupada
vivia a sorrir
vendo um gigante
bem à minha frente
que é esse mundo imenso
com um poder vibrante
que assombra a gente;
eu miudinha
sem muito entender
mesmo assim
não temia nada
pois acontecesse
o que acontecer
tinha o meu pai
pra me defender.
Eita! Tempo bom
que não volta mais
já perdi o esteio
que me sustentava
há anos atrás
e hoje acho graça,
fico a sorrir
vendo nos meus filhos
a coisa repetir
só que agora a coisa mudou,
virou a situação
o mundo é o gigante,
meus filhos a olhar
e a se apavorarem
a se apoiarem em mim
eu a protegê-los
e a defendê-los
do gigante, enfim!
II
Hoje, analiso
o meu pai querido
e me pergunto
se ele queria
ter algum esteio
para se apoiar
no seu dia a dia;
fico imaginando
suas fraquezas,
sua dor secreta,
pois aparentar
ser sempre, forte
para apoio dar
e uma família
poder sustenta
não é fácil, não
posso garantir
nem quero lembrar
e nem reviver
o desencanto dele
e todo o seu sofrer!...
Alina Castelo Branco
(26/08/1976)




Vale a pena


(258) 
Por que nos preocuparmos
com tudo que há no mundo
porque não só cuidarmos
das coisas que nos afetam
e afetam nossas famílias
se a nossa obrigação
já é grande demais
e tira constantemente
a nossa preciosa paz?
Será que está certo
querer tanto ajudar
e vamos nos enrolando
em problemas cruciais
sem jeitos e soluções
só arrecadando tristezas
lutas e decepções
afazeres, mil tarefas
aumentando as tensões?

Será que Deus quer isso
ou prefere a missão
que cada um já traz
que é olhar seu rebanho
ensiná-lo a caminhar
pela trilha salvadora
que nos leva a Jesus
e saber orientá-lo
pra carregar sua cruz? 

Vale a pena tanta luta
tantas lidas e canseiras
sem parar o dia inteiro
ajudando, defendendo
e lutando contra o vento
que sopra de cada lado
mais forte e renitente;
essa guerra fria, intensa
tão cruel e desumana
que para nossa surpresa
dentro da igreja se encontra?

Sim, vale a pena
ajudar, colaborar
lutar e incentivar
na guerra fria, entrar
com Cristo, com amor
disposta a tudo vencer
ampliar e construir
pra que a casa de Deus
nunca venha a ruir.
Alina Castelo Branco 
(06/12/1976) 



Sempre!...


(309)
Sempre que precisei
sempre achei;
ajuda veio
de todo lado
não há ninguém
que viva, totalmente
abandonado,
porque quando alguém
abandona outro
existe Deus
que é a força
e envia ajuda
de outras pessoas
e você vencida
caída, esmagada
e ferida
encontra amor
por todo lado
pois não existe
ninguém no mundo
que seja, totalmente
abandonado.
Alina Castelo Branco 
(19/01/1977) 


Onde Vamos?


(303)
Tudo passa
tão depressa
onde vamos
tão veloz
que corremos
nem paramos
para olhar
e abraçar
as criaturas
    que amamos?...
Alina Castelo Branco
(12/01/1977)

Valor, eu dou!...


(301)
Não ligo muito
para as coisas
tão materiais
que não têm vida
e são tão iguais;
valor eu dou
para às pessoas
racionais
aos corações
das criaturas
que são boas
e não são más;
valor eu dou
aos sentimentos
puros, constantes
que vivem sempre
em quase todos
seres humanos;
valor eu dou
as boas ações
de fé e amor
que só os bons
têm no fundo
no mais profundo
do seu ser;
valor eu dou
a todos aqueles
que sabem amar
e também sofrer.
Alina Castelo Branco 
(11/01/1977)