QUEM FOI ELA?


Alina Castelo Branco
(in memoriam)

Alina Seixas de Barros Castelo Branco, 
nasceu em Maceió, Alagoas, 
em 25 de novembro de1929. 
Sempre gostou de escrever 
e de contar sua história,
em poesias. 
Formada em Letras, 
na escola normal de Maceió. 

Filha de médico Dr. José Seixas de Barros 
e Laura Assunção. 
Perdeu a mãe aos 9 anos de idade. 
Ela e duas irmãs foram criadas 
pela avó paterna e tias que se mudaram 
para a casa de seu pai, mantendo, 
pai e filhas, todos juntos e 
unidos no mesmo lar. 

Aprendeu piano, gostava de música 
e também de cantar. 
Casou aos 20 anos de idade e cheia de amor. 
Daí vem o sobrenome CASTELO BRANCO. 
Teve cinco filhos: quatro mulheres e um homem. 

Seu filho, Edésio Castelo Branco Júnior, 
faleceu antes dela, 
e a tristeza a consumiu, 
deixando-a enfraquecida 
de tanta saudade. 
De muitas dores sofridas, 
esta foi a maior de todas elas.

As suas poesias refletem a sua própria vida, 
dos sentimentos tristes e alegres que viveu.
Mulher muito sensível e muito intuitiva. 
Muito bonita, vaidosa e elegante!

Foi uma guerreira! 
Como educadora, sempre rígida, 
e a sua maior preocupação era deixar 
seus filhos fortes, o que ensinou, 
passando o que é o amor, 
da forma simples e completa da palavra.

Faleceu em 09 de novembro de 2009. 
O seu maior desejo 
era publicar suas poesias. 
Ela tinha um coração puro e bondoso. 
Sempre muito generosa 
com todas as pessoas.

O seu objetivo era de divulgar 
suas poesias em vida, correndo 
pelo mundo a fim, 
de poder ajudar as pessoas, a enfrentar 
suas dificuldades e se sentirem melhores 
com forças para suportá-las 
e seguir em frente.
Ninguém está totalmente sozinho!
Homenagem de suas quatro filhas, 
todas MARIA's (F; V; A; V).



UM POUCO DE MIM
(62)
I
Um dia vou desaparecer
mas nos meus filhos 
eu já deixei
um pouco de mim 
um pouco da vida 
que recebi um dia 
das mãos dos meus pais 
das bênçãos de Deus, 
e gratuitamente, 
já repartir 
entre os filhos meus. 
II 
Em cada um deles 
tenho certeza 
ficou um pouco 
dessa beleza 
que é a vida 
que admiro 
e sempre admirei 
e nesses filhos 
a quem dediquei 
os momentos 
mais sérios 
e mais felizes 
permanecerá e triplicará 
esse pouco de mim 
que eu vou deixar. 
Alina Castelo Branco 
(02/09/1976) 
(Entregamos na missa de sétimo dia em sua homenagem)


PRIMEIRO LIVRO

(223)
Meu primeiro livro
vai ser como tudo
que é o primeiro
vai ter um valor
bem verdadeiro
porque o desejo
quando muito forte
vai se transformando
e tomando vulto
tomando corpo
e essa força
é quem nos ajuda
a realizar
todo o ideal;
ver o meu livro
pela vez primeira
a alegria é tanta
que vai se espalhar 
pela terra inteira!...
Alina Castelo Branco
(28/10/1976)



QUERER
(685)
Garanti e jurei
que mil poesias
iria fazer;
não duvidem
nunca de mim
pois sou sempre assim
quando quero
algo na vida
luto por aquilo
noite e dia até conseguir
e ter nas mãos
o que desejei
e o que pedi
para poder
feliz e tranquila
poder dormir.
Alina Castelo Branco
(25/07/1976)



Ó DEUS!

(689)
O que é que Deus quer de mim?
Será que Ele quer
que eu escreva
que eu ensine
que eu espalhe amor
ao meu irmão
mais infeliz
que não tem amor
e nem um ideal
que idealizou?
Que não tem forças
para lutar?

Será que Ele quer
que ajude as criaturas
a serem melhores
serem mais puras
e orientação
pra que não errem
e tomem decisões
pra elevarem-se,
espiritualmente,
e sendo assim
evoluírem, eternamente?

Será que Ele quer
que eu enxugue
no rosto do irmão
aquela lágrima
que vem correndo
e sai do âmago do coração
e deslizando, suavemente
vem aliviando
dores tremendas
que vai na alma
de tanta gente?

O que Ele quer
de todos nós
é que façamos
e que sejamos
sempre um só
pois na batalha
da nossa vida
temos que ajudar
e reanimar nosso irmão
desfavorecido
pois só assim
Deus ficará agradecido.
Alina Castelo Branco
(25/07/1976)

"RAIO DE LUZ" 

Poesias
25/12/2014

Presente de Natal 
em homenagem a 
Vovó Alina, poetisa
dos netos Rodrigo, Camila 
e os bisnetos Marcelo e André.
Volume 1


QUANDO EU ME FOR!...

(658)
Quando eu morrer
se nada fiz
de bom na vida;
se nada então
eu construí para deixar
na mão dos filhos
uma coisa vou garantir
a minha vida
em muitos versos
eles vão ter
para recordar
e embalar, eternamente,
e só assim
da minha vida,
dos meus momentos
feitos em versos,
eles poderão de mim lembrar
enquanto eu estiver
num outro universo
num outro lugar.
II
Faço questão
que quando eu me for
eles não tenham
saudade, não;
se por acaso ela vier
peguem meus versos
e vão relendo, devagarinho
tudo que fiz
com muito carinho;
pretendo deixá-los
para que no futuro
de mim, eles vão lembrando
e consequentemente,
vão matando as saudades,
diminuindo as distâncias,
e também me amando!...
III
Não é bonito, cheio de encanto
você, que é filho ou filha
lembrar no dia a dia
de sua mãe
que lutou tanto
mas que só deixou
como lembranças
muito queridas
seu coração, sua vida
sobre um monte de poesias
feitas com amor
pro entes queridos?
IV
Quando eu morrer,
vou logo pedir,
antes mesmo de acontecer:
não chorem por mim
isso não resolve nada;
em vez de choro
e tantas dores,
cubram meu corpo
com muitas flores;
rezem muito pra minha alma,
muita oração
pra que eu ganhe
com rapidez, elevação.
V
Depois do prazo terminado
removam os ossos,
limpe-os direito
e coloque-os encaixotados
numa caixinha
muito pequena e pretinha;
providenciem logo
para que os mesmos
possam viajar de avião
para a minha terra
para o meu torrão;
coloque-os depois
lá no mausoléu
onde os entes queridos
da minha família
descansam em paz
para que eu possa
não me preocupar
e junto dos meus
nesse mausoléu
com tranquilidade
a minha alma
subirá ao céu.
V
Em Maceió nasci
pra lá voltarei;
andei tanto, tanto
buscando alegrias,
conhecendo lugares
coisas diferentes e bonitas
vivendo sempre
das minhas fantasias
mas para viver
só, espiritualmente,
em outras paragens,
prefiro deixar
meus ossos descansar
na terra que nasci
e que vou sempre adorar!
VII
Acreditem, porém
que cada lugar
que um filho meu
possa estar
estarei vigilante,
mesmo de longe
matando as saudades
serei constante;
aproveitando as vibrações
sairei voando
olhando as suas vidas
e também rezando.
VIII
Mais perto de Deus
vai ser bem melhor
pedir por vocês
pedir proteção e amparo
pelos filhos meus!...
Alina Castelo Branco
(16/07/1976)

Obs:(Leia a próxima poesia, OBSERVE BEM!)

OBSERVE BEM!

(662)
Não se apavore
você que leu
minha poesia
“Quando me for”;
não se apavore
por Deus, por favor;
ninguém deseja
mais viver
do que eu
que amo tudo
na natureza
mas um dia
há de chegar
por maior luta
a enfrentar,
um dia a morte
há de me ganhar
cedo ou tarde
esse terrível dia
há de chegar.
II
Sinto por ela
e não por mim;
que lucro a morte
vai ter enfim?...
III
O meu corpo
e a minha alma
com a vida dura
fria e sem calma
grande coisa
não tem ora dar;
no fim da vida
no fim da luta
entre vida e morte
quem vai lucrar
com tudo isso
sou eu, apenas
que já no fim
deverei cansar
de tanta agonia
e sofrimento
que naturalmente,
ficarei feliz
em descansar.
IV
Já pensou então
na possibilidade
dessa felicidade
você poder
com tranquilidade
amanhecer e anoitecer
sem se preocupar
com um novo dia
com o que vai comer
com o que vai vestir
o que vai fazer?...
Alina Castelo Branco
(17/07/1976)












































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Um comentário:

  1. Que linda homenagem a essa poetisa, que deixou um lindo legado, através de seus lindos versos. Parabéns

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