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Às vezes fico cismando
e olhando para o meu pranto 
eu fico me perguntando 
será que odeio tanto? 
Seria muita baixeza 
sendo eu, uma criatura 
que admiro a beleza 
de uma alma tão pura. 
Será que o odeio, realmente,
ou será que nunca houve 
ódio nunca, certamente; 
tudo o que penso, eu escrevo 
nunca lhe dediquei ódio 
e sim um grande desprezo!
Alina Castelo Branco 
(15/09/1976)