sábado, 25 de julho de 2015

O que Faço?



(868)

O que faço?...
Por que traço
o meu destino
sempre, sempre
atordoado?
Quero paz,
vejo tumulto;
quero risos,
vejo lágrimas;
quero o bem
ganho o mal;
amo o mundo
e as criaturas
mesmo as más,
cruéis, impuras;
nem espero o pedido
do perdão pra perdoar,
mesmo assim nada sai
como venho a desejar.
Está errado!
Tudo errado
no que penso
no que faço
no que traço....
Alina Castelo Branco
(05/10/1977)

Pobre, Bem Pobre


(869)
Vivia o pobre
antigamente,
contando tostão;
mudou a moeda
para cruzeiro, para cruzado
mas cresce, aumenta
alastra a pobreza
no mundo inteiro
e o pobre, sofre
ontem, agora,
pra ele a vida
nunca melhora;
talvez um dia
lá no além
ele esqueça o mal
e receba o bem;
passe a gozar
de mais regalia
tenha mais paz
e a mais alegria.
Alina Castelo Branco
(08/10/1977)


Filho, É bom


(870)
O filho é seu,
a filha é sua
prepare o espírito
pois a luta é dura.
Filho é bom
mas dá trabalho;
filho é amor,
trabalho dobrado;
se é pequeno
vale por dez
e quando cresce
e se liberta
de todas as coisas,
não olha nada
que vai deixando;
não observa
o que vai fazendo
nem os sofrimentos
que vai causando,
mas mesmo assim
filho, é bom,
é um consolo
é uma dádiva
para o coração,
de cada pai
e de cada mãe
que vê no filho
ou na filha
a sua própria
realização.
Alina Castelo Branco 
(08/10/1977)


Nevoeiro


(877)
Num céu nublado
nada se vê:
é tudo cinza...
é um nevoeiro
quase dividindo
e separando
o céu de Cristo
do mundo inteiro;
e a distância
já é tão grande
e aumenta mais
quanto maior
é o nevoeiro
e quanto maior
é a maldade
no mundo inteiro.
Alina Castelo Branco
(19/10/1977)