quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O Homem


(157)
O homem culto, entendeu
e agora, resolveu
que vai ser muito maior
muito maior que Deus;
só porque  ele não vê
esse Deus que tanto falo
pensa logo que é mais fácil
atacá-lo, vencê-lo
e quem sabe, derrubá-lo.
Como o homem é imbecil
querendo mudar o mundo
por isso não é feliz;
desse mundo gigantesco
fazê-lo à sua maneira
é uma coisa que nunca
entra na minha cabeça;
negar uma força imensa
que envolver toda a gente
que muda as estações
pois ninguém sabe mais
quando é inverno ou verão;
que faz explodir vulcões
tremer e rachar o chão,
que faz acabarem cidades
pra destruir as maldades
que impera nos corações
dos homens maus traiçoeiros
é preciso serem loucos
ou serem enfim, ateus
para ainda duvidarem
do grande poder de Deus.
Alina Castelo Branco 
(06/09/1976)




Angústia


(367)
É desejar e não conseguir
é querer, é lutar
é tentar vencer;
é lembrar um amor
e não poder esquecer;
é riscar o passado
e olhar o presente
dando mais valor;
é não se incomodar
é querer plantar
e colher a flor;
é saber criar
algo de novo
para o seu viver
é idealizar
é escrever
é imaginar
é querer viver.

Se nessa angústia
tão rotineira
tão permanente
que vive sempre
acompanhando
a alma da gente
o renovar constante
de um novo dia
de um ideal
firme e persistente
que faz com que
se vá em frente
e procure tirar
os pés do chão
que vivem colados
porque nos falta
imaginação
isso tudo resumindo
é que nos dá
uma grande angústia
e nos impulsiona
para o futuro
sem nos deixar
ficar parados
pois se a terra
nunca parou
vive girando
em velocidade
é pra mostrar
a todos nós
que essa angústia
que vive nela
é que leva o homem
a conquistar
grandes façanhas
e que nos dá
toda a coragem
e criatividade
para conseguirmos
a felicidade.

É essa busca teimosa
atrás de dias melhores
pra nós e nossos filhos
que nos provoca angústia
mistura de um passado
ligado a um presente
passado bem analisado
pra melhorar o momento
momento bem atual
que tem de ser renovado
pra garantir um futuro feliz,
bem melhor e menos angustiado.
Alina Castelo Branco 
(02/09/1976)



Castigo, Qual?


(325)
Qual o castigo pra mãe
que mata seu próprio filho
e que lhe tira a vida
deixando voltar espírito
sem ter direito a ganhar
uma maior evolução
sem ter direito aos céus
e a presença de Deus;
qual o castigo pra mãe
que não deixa nascer
aquele filho que vem
pra melhorar e crescer
e aqui na terra dura
cheia de mil sofrimentos
vem descontar seus pecados
e também os seus tormentos
qual o castigo pra mãe
que não tem fé suficiente
pra dedicar atenção
a esse filho que vem
fruto do seu coração?
Alina Castelo Branco 
(28/01/1977) 




Sem Filhos



(321)
Você que não teve
a sorte de ter filhos
mas os deseja
de corpo e alma,
sinceramente, 
eu me pergunto 
por que você 
quer perder a calma? 
Você sabe 
o que é um filho? 
É bom, não nego 
é delirante 
é uma coisa 
uma emoção 
estonteante 
e o trabalho 
que ele dar 
só com amor 
mais muito amor 
você consegue 
bem suportar; 
ainda assim 
você que quer 
ser pai ou mãe 
só lhe aviso 
de coração 
amor e dor 
andam com o filho 
e com a mãe 
são duas almas 
gêmeas, irmãs. 
Não se lamente 
por não ter tido 
um filho 
ou uma filha 
você seguiu 
uma outra trilha 
há um vazio 
não resta dúvida 
mas há também 
a compensação 
de poder ver 
e imaginar 
a sua moda 
bem do seu jeito 
na sua eterna 
e triste solidão 
um filho seu 
um filho bom 
sem vir a ter 
uma decepção! 
Alina Castelo Branco 
(26/01/1977) 



Realidade


(319)
Negativismo 
não é pra mim
sou otimista
ora se sou; 
apenas vejo 
enxergo bem 
pois Deus me deu 
esse dom também; 
é engraçado 
você poder 
bem analisar 
ir no profundo 
de cada alma 
e passear 
palmo por palmo 
assim poder 
verificar 
como é sofrida 
esse mundo louco 
em cada um 
há um sofrimento 
uma tristeza 
uma renúncia 
e o sorriso 
sempre nos lábios 
e os abraços 
bem apertados 
disfarçam bem 
como eles vivem 
tão abafados; 
e essa alegria 
que em cada rosto 
a gente ver 
não é além 
de uma vontade 
louca varrida 
de eliminar 
todo o sofrer. 
Alina Castelo Branco 
(26/01/1977)



É, Vale!...


(312)
Durante todo tempo
vivo a orar
nunca me divirto
vivo a trabalhar;
também tantos filhos
que botei no mundo
só me dão trabalho
e amor profundo;
mas vale a pena
a dedicação
é melhor mil vezes
que a dura e triste
cruel solidão;
enquanto rezo
não me entristeço;
enquanto trabalho
as dores esqueço;
e quanto aos filhos
e também aos netos
que me evitam
a solidão
esses me animam
me dão apoio
me dão carinho
e muita alegria
pro meu coração.

É, vale a pena
viver na vida
sempre a rezar
por mim por eles
por todos aqueles
que devemos amar!
Alina Castelo Branco 
(23/01/1977) 



Tudo Bem!


(310)
Tudo correndo
manso tranquilo;
fazia tempo
que eu não via
a minha casa
a minha vida
sendo levada
tão bonitinha
tão de mansinho
tudo certinho;
de vez em quando
vem essa calma
é uma trégua
pra minha alma
que normalmente
vive lotada
de mil problemas
e confusões
e de repente
vem lá dos céus
lindo presente
pra suavizar
e dar alento
a esse pobre
e tão sofrido
meu coração;
essa paz
e tranquilidade
que reina hoje
dentro do meu lar
que construí
há tanto tempo
isso faz bem
me dá apoio
e me dá alento.
Alina Castelo Branco 
(20/01/1977) 




Só Bondade!


(306)
Como acabar com a maldade
dessa gente tão tacanha
tão ruim e desprezível
que enxovalha a moral
da criatura humana
e destrói seus sentimentos
com tamanha ignorância?
Só existe uma coisa
que anula a maldade
dessas fracas criaturas
e nos fazem encontrar
outros caminhos
e novas aberturas
caminhos da verdade
que fazem as nossas vidas
ficarem mais queridas;
só com a bondade
sincera e desmedida
é que anulamos
toda a maldade
e curamos
todas as feridas:
se todos tivessem o dom
de falar, de escrever
haveria mais amor
e também menos sofrer.
Alina Castelo Branco 
(18/01/1977)



Convergindo


(305)
Homens e mulheres
no mundo a caminhar!...
A estrada é longa
o que vão achar?
Vários caminhos
convergindo todos
na mesma direção;
várias estradas
todas se abrindo
para vermos Cristo
com o coração
e nesses caminhos
flores e espinhos
com toda essa gente
sempre a caminhar
e de mãos dadas
a humanidade
vai esperançosa
procurando paz
e botões de rosa;
quebrando os espinhos
que sempre surgem
pelos caminhos
firme e constante
vai toda essa gente
procurando Deus
feliz e contente.
Alina Castelo Branco 
(18/01/1977) 




Bem Distante


(302)
Quando mais velha, ficar
não vou gostar de tumulto
não vou gostar de barulho
o que vou mesmo querer
é muito, muito amar
é morar bem pertinho
do mar.

Quando as forças fraquejarem
quando não sentir desejos
de correr de lá pra cá
e deixar tudo de lado
pra viver na solidão
vou querer viver apenas
de oração.

Tendo o mar à minha frente
e uma casinha singela
pequenina e bem cuidada
o carinho dos meus filhos
alegria dos netos meus
vou viver muito, feliz
pra Deus!...
Alina Castelo Branco 
(13/01/1977)