sábado, 4 de outubro de 2014

Mundo Velho


(865)
No meio das dores
e da solidão
o homem, sofre
grandes, imensas,
desilusões
e o mesmo homem
cansado, ferido
lutando em vão
cai, levanta,
cai muitas vezes
rasteja ao chão;
levanta os olhos
vê o clarão
que há no céu;
vê em redor
gente sorrir
gente a cantar
gente a andar
feliz e contente;
então o homem
triste e cansado,
mesmo ferido
e desanimado
passa também
a acreditar
que um dia o mundo
venha a melhorar.
Alina Castelo Branco 
(04/10/1977) 












Máscara


(867)
-O que somos nós?
-Grandes artistas!
Sempre escondemos
por trás da face
os nossos erros
as nossas faltas
aparentando
o que não somos
iludindo, enganando,
todas as pessoas
que ao nosso lado
vive nos rodeando;
infelizmente,
isso é assim;
é muito triste
é mesmo o fim!
Alina Castelo Branco 
(04/10/1977)



Se a Pedra Falasse


(884) 
Se pedra falasse
o que nos diria?
Diria que sempre
vivemos pisando
em cima dela
e deixando um rastro
sujo, medonho
por onde passamos;
por todos os lugares
por onde caminhamos.
Quantas pedras lindas,
quantas pedras belas
existem por aí
soltas ou agrupadas,
às vezes abandonadas!
Todas essas pedras
de todos os tamanhos
que vivem espalhadas
por este Universo
diriam tristonhas
que elas também
merecem o meu verso.
Se a humanidade
mesquinha e dura
como uma pedra
mesmo sendo assim
merece respeito
e merece um verso
por que não dizer
bem alto, gritando
olhando uma pedra?
Você é feliz...
Você é dura...
Você não tem alma
nem tem coração!
Antes assim
do que ser gente
do que ter alma
e ser pedra, então!
Alina Castelo Branco 
(16/11/1977) 



O que fazer?


(595)
O que devemos fazer
pra gente poder viver
e a luta do dia a dia
a gente poder vencer?

O que devemos fazer
para poder penetrar
e não deixar que os grandes
venham nos atrapalhar?

O que devemos fazer
para que os imortais
possam nos reconhecer;

e também nos dá valor
pra que possamos entrar
nesse mundo de amor?
Alina Castelo Branco 
(29/07/1976) 




Rezar


(591)
Por que é que você
tem vergonha de rezar?
Será que Deus não vê
o que vai no seu pensar?

Ele vê tudo, tudo vê
com piedade e amor
perdoa-lhe a fraqueza
alivia-lhe a dor.

Ponha o joelho em terra
e reze com devoção;
olhe pro alto, pra serra;
sem temer, sem acanhar
mais calor vai receber
quanto mais você rezar!
Alina Castelo Branco 
(28/07/1976) 



Catarata


(590)
De cima para baixo
na sua fúria descomunal
no sobe e desce constante
vem a catarata afinal.

O seu reflexo colorido
de encontro o sol com a luz
mostra o poder da natureza
unida a bondade de Jesus.

Quanto mais forte é a natureza
maior poder ela tem
e também tem mais beleza.

É vendo uma catarata
que a gente ver que o homem só,
não representa, nada!
Alina Castelo Branco 
(28/07/1976)

 


Quem Sabe?


(594)
Vou dizer enquanto existo
tudo o quero dizer
sei lá, qual é o meu dia
o dia em que vou morrer?

Vou então aproveitar
a minha capacidade
de escrever e de falar
que é a maior felicidade.

Se toda gente no mundo
pudesse sentir em verso
um amor grande e profundo;

na terra a paz reinaria
com maior facilidade
e muito mais alegria.
Alina Castelo Branco 
(28/07/1976) 






Lembrando Você



(598)
(Pai querido!)


Eu tive um pai maravilhoso
que sempre soube agir e pensar
que me fez ter um sonho gostoso
e viveu sempre à me incentivar.

Foi um bom pai, espetacular
zelou muito pelo meu viver
foi intransigente, não vou negar
mas queria apenas evitar o sofrer.

Muito severo, muito decidido
trabalhava muito, era muito firme
e sempre ajudava e era querido;

como sua filha não o esquecerei
os dias ao seu lado, fui feliz,
juro que não vou, não conseguirei.

Alina Castelo Branco 
(07/08/1976)

Infelizmente!


(592)
É tão difícil um amor correto
quem já sofreu e já amou;
pode dizer que estou certa
pois sofreu na carne, já chorou.

Amor entre duas criaturas
logicamente, um homem e uma mulher
nem sempre é algo muito puro
nem sempre é como a gente quer.

Num casal, um não é feliz
não é porque se quer
nem é por que se quis;

é que a felicidade, gente
não é para qualquer um
na vida, infelizmente!
Alina Castelo Branco 
(27/07/1976)



Contradição


(596
Convidando todos para ir a missa
ainda cedo, o sino já bate
ao romper do dia, com o sol alto
os cães latindo, na rua é um disparate.

Se você comprara todas essas coisas
tão contraditórias e incoerente;
é como você ver, ódio e amor
juntos bem felizes e indiferentes.

Olhando a vida com muita atenção
quanta coisa assim vamos ver
parece que na vida, a contradição;

é a chave mestra pra nossa união
pois com a alegria e a tristeza, juntas
vai se equilibrando nosso coração.
Alina Castelo Branco 
(02/08/1976)




Mudança


(605)
O que tanto imaginei
será que já aconteceu?
Depois de ler as poesias
seu coração amoleceu?

Ou será que guarda rancor
e assim vai continuar
para o resto de nossas vidas
tanto ódio vai guardar?

Não sei como uma criatura
muda tanto para pior;
era meiga e muito pura!

Só a vida para explicar;
é difícil de entender
mais difícil pra rimar!
Alina Castelo Branco 
(06/09/1976) 





Rotina


(604)
A rotina, hoje, me invade a alma
e o coração quieto, sem novidade;
vê o dia passar com muita calma
encarando de frente, a realidade.

Parece silêncio, em cada pessoa
a cidade tranquila, vê passar;
momentos de alegria, hora boa
só há um desejo, ver o dia acabar.

Vai um dia, outro vem, é sempre assim
esse misto de tudo, que é a vida
tanto pra você, como pra mim.

Se não fosse como é, como seria
o sofrer e o viver da criatura
nesse mundo de amor e fantasia.
Alina Castelo Branco 
(25/08/1976)



O que eu fiz?


(606)
O que fiz, eu, da minha vida
o que, realmente, realizei
será que construí algo de bom
ou apenas fui mais uma que passei?

Analisando, passo a passo, refletindo
sem acusações, olhando friamente;
grandes coisas não fiz, fico sentindo
as poucas, eu fiz, erradamente.

No final, nada fiz de grande valor
nunca usei cabeça e sim o coração
o pouco que fiz, dei com muito amor;

mas, amor, num mundo onde não há Deus
às vezes não é bem reconhecido.
Será que nesse bolo, estão os filhos meus?
Alina Castelo Branco.
(13/09/1976)