terça-feira, 16 de setembro de 2014

O que eu quero



(24)
Quero fazer uma
poesia bem pequena
que não dê trabalho
à mente;
mas acontece,
não sei por quê?
Falo demais,
escrevo muito
pois o que tenho
dentro de mim
é tão bonito
e tão profundo,
grita mais alto
e eu desabafo
para poder aliviar
tamanho peso
tamanha carga
pois são tantas, tantas
minhas idéias
que tenho pena
de ficar com elas
e assim procuro
passar adiante
pois só assim
fico radiante.
II
Se o que digo
ajuda a alguém
ou desperta amor
em quem não tem,
sentir-me-ei então
mais recompensado
e dormir feliz
com tranqüilidade
de saber que fiz
algo de bom
para alguém que chora
para o meu irmão.
III
A partir daí
não estou mais só
caminharei com eles
com todos aqueles
que lutam
e trabalham
para amenizar
o sofrimento
de toda gente
que espera sempre
como eu também
uma palavra amiga
que conforta a alma
e que nos faz bem.
IV
Uma coisa, digo porém
não precisamos
ser escritores
e nem poetas
para poder
ajudar alguém.
V
Lembre-se disso,
meu caro amigo
quando houver
uma ocasião
estenda a mão
com muito amor
ao seu irmão.
Alina Castelo Branco.
(10/06/1976)



Tanta Dor



(22)
Hoje estou triste!
Tenho motivos,
várias razões,
como é mal
sentir tristeza
querer dar jeito
e não poder;
existem pedras
na nossa vida
que nos impedem
e atrapalham
nosso viver;
por mais valente
que nós sejamos
não temos força
para tirar
algumas pedras
da nossa estrada
pois são pesadas
até demais!...
Até as pedras
apesar de tudo,
ás vezes ajuda
a continuar
a nossa trilha
já bem traçada
e bem bolada,
tão arrumada
e mesmo contra
a nossa vontade.
Se nós tirarmos
todas as pedras
que atrapalham
de vez em quando
os nossos planos
só aumentamos,
infelizmente,
acarretamos
mais sofrimentos;
é pra mostrar
que precisamos
até das pedras
pra completar
a nossa vida
cheia de enganos
a existência
do ser humano
Alina Castelo Branco
(06/06/1976) 






Por Que pressa?


(33)
Não sei por que
tanta agonia
e preocupação
que você traz
dentro do peito
no coração
para eu dizer
algo a mais
sobre você,
sinceramente,
não há motivo
para desespero
pois cedo ou tarde,
naturalmente,
eu haveria
de escrever,
logicamente,
ao amanhecer
de algum dia
ou quando a noite
venha a cair
eu falaria
do meu sentir
do que vai dentro
da minha alma
com muito amor
e muita calma.
Não sei, porém
se me fiz entender
só sei também
que não esqueci
nem vou esquecer
tudo de bom
que você faz
e o que já fez
e quanto a pensar
que por ser do meio
fica a sua cuca
a se preocupar
eu vou lhe dizer
um grande segredo
sempre fui feliz
por ser a do meio.
Por que você
é tão apressada
e por ser do meio
pensa então
muito apavorada
que é desprezada?
Não pense assim
pois para as mães
todos os filhos
são sempre iguais
sempre trelosos
e malcriados
mas que no fundo
são bons demais
e que não há
diferença alguma
ser a primeira
ou a segunda
o que importa
é que os laços
que une a mãe
a uma filha,
sigam os traços
já idealizados
e programados
pelo destino
e que saibamos
coordenar
as nossas vidas
para que os laços
se mantenham firmes
não venham nunca
a se desmanchar
para não fazer
a gente sofrer
e nem fazer
uma mãe chorar.
Diga-me agora
estás feliz;
fiz direitinho
o que você quis;
não vá chorar
pelo amor de Deus
pra não tirar
todo o brilho
dos olhos seus!
Alina Castelo Branco
(Dedicada a Ângela, minha terceira filha)


Passado


(37)
Como vai longe aquele tempo
em que eu corria e brincava
de tirar versos dentro da roda
e como alegre, eu cantava!

Oh! Tempo bom e feliz
que não volta jamais
ele já se foi pra sempre;
levando minha paz.

A esperança ardente
que trago comigo
constantemente,

é que a saudade
do meu berço amigo
viva em mim, eternamente!
Alina Castelo Branco.
(12/07/1976)



Amor Infantil


(38)
Muito extasiada
com a paisagem
e esse gramado,
tiro uma mensagem.

O menino, uma bola
e um cãozinho;
um gramado verde,
bem verdinho.

E o bom cãozinho
sempre brincando;
e como é pretinho!...

A bola jogando,
o cão e o menino
também vão se amando!
Alina Castelo Branco 
(13/07/1976) 




Mundo Melhor

MUNDO MELHOR
(39)


Que seria da terra
se nessa extensão
descomunal
que abrange
um mundo inteiro
todo por igual,
se houvesse só
a ignorância;
nossa cultura
é necessária
à subsistência
da humanidade
senão iremos
eternamente
rastejar no chão
sem nem se quer
tentar levantar,
pois onde há
muita ignorância
não se encontra
pode observar
esse desejo
essa vontade louca
de lutar.



Alina Castelo Branco.
(31/07/1976)

Furacão


(41)
Se o vento soprar
como o furacão
ele leva tudo
até meu coração.

Na sua fúria
quando ele vem
arrasta tudo
não deixa ninguém.

Eu só queria
por um momento
com ele voar;

A minha alegria
de voar com o vento
dá pra desmaiar!
Alina Castelo Branco
(16/07/1976) 









Portas Abertas


(42)
I
Se todos abrissem
todas as portas
dos seus corações;
então saíssem
pra viver lá fora
como bons irmãos;
as mãos unissem
pra fazer a roda
e versos cantar;
em vez de matar,
agredir, caluniar;
em vez de roubar
e prevaricar
todos iam rir
e muito brincar.
II
Haveria então
e renasceria
uma nova vida
com o correr do tempo
sem nenhuma dor
só a alegria.
Alina Castelo Branco.
(31/07/1976)






Tranquilamente!



(43)

Com muita calma
e tranqüilidade
escrevo meus versos
muito à vontade.

Muito esforço
não é pra mim,
penso tranqüila
e escrevo enfim.

Dessa particularidade
eu vou lhe dizer
com sinceridade;

Com facilidade,
versos vou fazer
até a eternidade!

Alina Castelo Branco.
(21/071976)




Conte-me



(47)
Conte-me os seus sonhos,
eu os transformarei em versos
para você se lembrar
dos seus momentos ternos.

Um sonho vivido e revivido
com muita alegria e amor
alivia a nossa alma
e faz destruir a dor.

Por isso quando sonhar
com algo maravilhoso,
conte-me, logo, ao acordar;

o seu sonho, eu lhe direi
com palavras coloridas,
o seu lindo sonho, contarei.
Alina Castelo Branco. 
(30/07/1976) 




Concorda?


(48)
Olhar a vida
dos animais
é sempre bom
é algo a mais
que você aprende
e muitas vezes
se surpreende
pois o instinto peculiar
que sempre existe
em todo animal
é acalentador
pode-se ver que apesar
de serem criaturas
irracionais
não tem Q.I
e outras coisas mais
eles tem no íntimo
muito calor
e pra suas crias
tem responsabilidade
e muito amor.
Alina Castelo Branco.
(25/07/1976)




Chorar Por que?


(53)
É muito triste ver a morte
levar a quem nós amamos
sem ter a mínima consideração
de que chorando, ficamos!

Por que chorar e lamentar
a ida pro além, desse ser
que apenas foi descansar
dos seus anos de sofrer?

Deus sabe bem o que faz
Ele só quer nosso bem
e por isso nos dá paz;

a morte não é o fim
é o começo de uma vida
mais perto de Deus, enfim!
Alina Castelo Branco.
(13/08/1976)




A Dor


(55)
A grande dor
que dói mais
é a que a mãe vê
num filho seu,
como sou mãe
posso dizer
pois sendo a dor
na nossa alma
tudo é mais fácil
logo se acalma;
ver no filho, porém
um sofrimento,
uma paixão,
um desengano,
o peito roendo
e ele por dentro,
machucado, sofrendo,
é uma dor
tão dolorosa
que só em vê-la,
também senti-la
e transferi-la
essa dor gloriosa
para o seu peito
a mãe recebe
tenho certeza,
de Deus, amor
e muito respeito.
Alina Castelo Branco
(20/08/1976)



Família


(57)
Estar em casa tranquila
com a família reunida
todos gozando saúde
é uma grande alegria.

Nem sempre todas as horas
da nossa vida, atual
nos dá felicidade, agora
por vezes, a doença é fatal.

Manter uma família perfeita
filhos, genros e netos
com saúde e sinceridade.

É ainda a melhor receita
para caminhos corretos
buscando a felicidade.
Alina Castelo Branco.
(21/08/1976)




Inacreditável!


(63)
Alguém me falou
notei uma censura;
alguém achou
que falo muito
nas minhas poesias
de Deus, de Cristo,
eu não entendo.
O que é isto?
II
Tenho sim,
que falar de Deus;
é tão normal
como o amanhecer;
é tão natural
como anoitecer
pois se tenho Cristo
dentro de mim
o que penso,
o que falo,
o que faço,
e o que digo,
Ele está comigo;
se vive dentro de mim
no meu coração,
a onde eu vou
Ele vai então.
Alina Castelo Branco.
(05/09/1976)



Deus


(74)
A natureza é Deus
com sua força infinita
com todos os problemas seus
com tudo que há na vida.

E misturado com a gente
conosco bem envolvidos
será que vive Deus
com todos nossos conhecidos?

Vive sim, logicamente,
nesse mundo tumultuoso
vive Deus, com toda gente;

se a gente sempre pensar
nessa verdade, verdadeira
nunca mais vamos chorar!
Alina Castelo Branco.
(28/07/1976) 




Cismando





(255)
Fico só, fico pensando
tanta coisa pra pensar
tanto assunto a resolver 
tanto sonho pra criar 
pra dar forma e conteúdo 
pra que o “nada” 
vire um “tudo”. 
Alina Castelo Branco 
(03/12/1976)




Sorrio Sempre


(433)
Sorrio da sombra
que se agiganta
da escuridão que apavora
da hipocrisia reinante
da deslealdade lá fora;
dos momentos maus
dos grande desajustes
das guerras frias
entre bons irmãos
do gênio forte
de muitas pessoas
da crueldade
que impera, então.


Sorrio da maldade que vive
em muita gente
da tristeza imensa
de quem é pobre
da futilidade
de quem é rico
e do egoísmo de todo nobre
e sorrindo sempre
hei de caminhar
visualizando o infinito
deixando pra trás
toda mesquinhez
que na terra existe;
porque é no espaço
grande e magistral
que um dia irei
com toda certeza
pra ser imortal.
A casca grossa
há de ficar
a alma pura 
há de flutuar!...

Alina Castelo Branco.
(07/10/1976)