terça-feira, 12 de maio de 2015

Fofoca


(726)
Quem não gosta
de uma fofoca
isso é tão velho
quanto a humanidade
pois já vem com ela
séculos e séculos
desde que a terra
foi logo habitada;
quem consegue
acabar de vez
com a fofoca
se ela faz parte
da nossa rotina
e às vezes ajuda
a tirar angústias
desde que a fofoca
não seja maligna
tudo então vai bem
desde que não venha
a machucar ninguém.
Alina Castelo Branco 
(31/07/1976)


Caminhando!...


(734)
Estradas abertas...
e eu caminhando
por entre coqueiros
de praias distantes;
horizonte limpo
sem nuvens cinzentas
com um sol radiante;
e eu caminhando,
vagarosamente,
muito sozinha
com meus pensamentos
enquanto no mundo
tanta gente grita
tanta gente chora
tanta gente clama
e nesse transtorno
de conflitos maus
que envolve o homem
que vive sem Deus
eu vou caminhando,
vagarosamente,
muito sozinha
com os versos meus!...

Alina Castelo Branco
(05/08/1976)



Noivas Tristes


(326)
Por que as caras tristes
nas noivas de hoje
andando para o altar
para encontrar o novo
todas trêmulas, corcundas
vacilantes, indecisas
temerosas de um futuro
por não confiar na vida;
por que tantas caras tristes
das noivas para o altar
por que não há alegria
nem um sorriso na face
no dia que é mais bonito
difícil de imaginar
pois quem casou
é quem sabe
como é grande a emoção
quando se entra de noiva
para entregar o coração
ao homem que escolhemos
pra caminhar lado a lado
pela estrada da vida
unidos, bem abraçados;
e nesse dia de festa
vamos esquecer as guerras
vamos deixar as tristezas
bem longe de nós, pairando
vamos viver o momento
vamos viver bem, amando!


As dúvidas e os temores
pra que nos preocupar?
Cortemos todas as dores
pra não nos atrapalhar;
se toda noiva lembrasse
que aquele grande momento
só se tem por uma vez
aproveitaria melhor
e sorriria contente
esquecendo o “talvez”.
Alina Castelo Branco
(29/01/1977)


Soube Morrer


(341)
Nascer, crescer e viver
é o que todos fazem
mesmo sem querer;
deixamos que a vida
nos arraste sempre
pois muitas vezes
nem temos forças
para conduzir
os nossos destinos
mas ele, não,
soube sempre levar
toda a sua vida e conseguir
tudo o que queria;
como era culto
sabia desejar
sabia construir
sabia concretizar
sabia querer
e com fidalguia
embora tragicamente,
soube morrer.

Para homens assim
de pulso forte
vasta inteligência
e muita firmeza
é que Deus reserva
pra sua morada
toda a natureza
e o céu se abre
todo por igual
para receber
mais um imortal
Alina Castelo Branco
(23/08/1976)

(Dedicada a J.K.,no dia da sua morte)



Você Marido!


(241)
Você, marido
cortou sua cruz
e seguiu sozinho
por um caminho
que não era o certo;
errou bastante
por não fazer
na destruição
que atrás de si
você foi deixando
para ir em frente
sozinho, flanando!
Sua leviandade
nos causou mal;
será que você sente
todo o mal que fez
será que pensa
será que raciocina
será que consegue
viver contente? 
Às vezes tenho dúvida
que você não é são
que é um doente!
Alina Castelo Branco 
(16/11/1976)