terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dor Teimosa


(91)
O que é a saudade
na sua essência 
e no sentido exato 
da palavra? 
É uma dor 
que mata a gente 
bem, lentamente, 
e que dói 
até demais; 
mata aos poucos 
corrói tudo, 
machuca bem 
devagarinho 
eternamente, 
pelo caminho! 
Alina Castelo Branco 
(02/09/1976)



Tanta Tristeza!


(1003)
Tanta tristeza
pelo mundo à fora
a percorrer
toda a redondeza
de norte a sul
de um polo a outro
e ninguém pode
deter essa onda
de incerteza
e amargura
que a tristeza trás
quando se aproxima
batendo nas casas
batendo nas ruas
nos morros, nos vales,
nas serras mais altas,
nos lagos, nas praias, no mar
onde houver gente
a tristeza vem
entra, permanece
fica de mansinho
sem querer sair;
não adianta nada;
ninguém proibir;
ela vem e fica
sai quando ela quer
penetra no homem
também na mulher.
Alina Castelo Branco 
(08/05/1979) 






Amor




(87)

Quando falo de amor
falo de amor universal
onde há muito calor
pra todo mundo, a final!

Você duvida que exista
no mundo, amor assim?
Existe sim, com certeza
nem todo mundo é ruim!

Duvidar desse amor
é esquecer, erradamente,
do amor da própria cruz;

pois se não houvesse o calor
no meio de tanta gente
por que é que veio Jesus? 

Alina Castelo Branco 
(20/07/1976)




Religião


(88)
Como a religião faz falta
na crise do mundo atual
pois a ignorância de Deus
é quem nos faz muito mal.

Lá volto, eu, a falar de Deus
sou mística, o que vou fazer?
Se tenho vencido na vida
é porque aprendi a crer.

Isso não é fanatismo,
é algo mais valioso
é uma lição de otimismo;

pois, sabendo-se que no além
existe um Deus tão bondoso
podemos firme dizer, amém!...
Alina Castelo Branco 
(15/09/1976) 



Basta Morrer...


(89)
I
Basta-se morrer
pra ficar-se querido,
massacra-se os outros
em plena vida,
usa-se uma série
de maldades,
de hipocrisia
mas no instante
em que o outro
cai para trás
duro bem duro,
aparecem amigos
de todos os lados
chorando, gemendo
de consciência pesada
querendo paz.
II
O morto então
se não era querido
por isso ou por aquilo
a partir dali
é tão endeusado,
tão paparicado
que acho até
que ele mesmo
vendo tudo aquilo,
toda a falsidade
e hipocrisia,
deva rir bastante
perto do caixão
velando, seu corpo
e protegendo-o
dessa podridão!
Alina Castelo Branco 
(27/08/1976)