terça-feira, 17 de março de 2015

Botão de Rosa


(838)
Você vê o botão
de uma rosa
tão pequenina
todo fechado
não pode nem calcular
de que tamanho ele fica
quando abre, desabrocha
e suas pétalas multiplicam
assim também é a alma
da criança pequenina
dócil, frágil, dormindo
no seu berço tão sozinha!
E você nem se quer
pode avaliar
nem medir
nem pesar
o tamanho da sua alma
numa criança que dorme
tão tranqüila
muito calma!
Alina Castelo Branco 
(30/05/1977)




Grita Bem Alto


(847)
Grita bem alto
lança seu ódio
sua revolta,
filha ingrata
ao seu redor.
Vê se com isso
você se sente
mais confortada
e bem melhor.
Não tente nunca
seus erros assumir
e passe pela vida
ódio, a distribuir
sem mesmo lembrar-se
que deve sorrir
e um dia verá
com muita tristeza
quantos minutos
você já perdeu
e deixou escapar
da própria natureza.
Minutos valiosos
que não voltam mais;
minutos preciosos
que poderiam lhe dar
um pouco de paz!
Polua o ar
com a sua vingança
com o seu ódio,
com a sua amargura,
uma vez que sua alma
já deixou de ser pura.
Deixe que a maldade
suje a sua mente
e jogue muita lama
no meu coração
e de muita gente;
talvez assim
você se sinta bem
e possa aliviar
sua consciência, também.
Alina Castelo Branco 
(06/06/1979)




Será Que é Pecado?


(852)
-Será que é pecado
muito me arrumar?
-Pecado é você
nem mesmo se cuidar
da sua aparência
da sua própria vida
pois vida é essência,
é luz que irradia.
E você cristão
que tem fé em Deus,
sabe que Ele ajuda
os problemas seus,
vê com otimismo
o dia surgir,
o sol iluminar
e sua luz refletir
em todas as pessoas
que andam por aí.
Se o sol já dá calor
e na nossa vida
ele dá mais cor
imagine a luz
que vem do Senhor!
Alina Castelo Branco 
(17/06/1977)




Cuidado Menina


(853)
Cuidado, menina!
O mundo é mau!
Não se iluda
pois ele tem
cara de pau.
Ele maltrata,
fere, espezinha;
mata lá dentro
uma florzinha
que nós guardamos

com muito carinho
que é a bondade
em nosso coração
e esse mundo mau
vem e esmaga
fere e maltrata
deixa no chão.
Alina Castelo Branco 
(20/06/1977)




Poder


(854)
Riqueza, poder
aumenta o sofrer.
Ambição desmedida
atrapalha a vida.
Feliz, quer ser?
Ame, ajude,
aprenda a crer
e sua fé
construirá
um novo mundo
onde você
habitará.
Alina Castelo Branco 
(20/06/1977) 









Pés no Chão?


(861)
Vivi no ar
anos sem fim;
desperdicei
coisas de mim;
anos perdidos
com futilidades
anulando dentro
minha realidade
destruindo aos poucos
um grande ideal
que cultivei
com sinceridade
dia, após dia,
noite, após noite,
anos, após anos.
Como tudo mudou!
Quantos desenganos!
Hoje, aprendi
a grande lição
que a vida me deu:
lute por você
pelos seus desejos
e seus ideias;
lute sem temer
sem se acovardar
sem olhar pra trás;
pule os obstáculos
que a sua frente
você encontrar;
pule confiante
certa e convicta
que Deus está consigo
e vai lhe ajudar.
Alina Castelo Branco 
(05/09/1977)



Para você, Valéria


(202)
O que posso conversar
com um brotinho
tão singular
como é você
se há uma distância
enorme, tremenda,
entre nós duas;
é como uma ponte
entre as criaturas
mas eu vou tentar
me aproximar
e toda essa ponte
então atravessar
para bem pertinho
de você, chegar.
II
Nem imagina
como estou cansada
pois para alcançá-la
tive que correr
porque você
anda apressada;
o tempo voa,
passa tão veloz
com a rapidez
de um albatroz
mas mesmo assim
já estou aqui
para agradecer
a sua espera
e como a conheço,
profundamente,
tenho a certeza
que você é gente
e um caminho longo
mas muito brilhante
está à sua frente
só lhe esperando
basta, que o tente
evidentemente.
III
Se um dia então
sua mãe cansada
de tanto correr
para alcançá-la
na sua corrida
e grande luta
pela felicidade
não puder mais
e ficar distante
ficar pra trás,
não sofra com isso
não se desespere,
siga adiante,
lute bastante
para realizar
o seu ideal
pois chega um dia
que cada um vive sozinha,
a mãe com um sorriso,
uma lágrima,
uma saudade
de onde estiver
de cada filho
olha o seu caminho
e sua felicidade!
e vai sumindo...
Alina Castelo Branco 
(c/15 ANOS- 1978) 





Os grilos Dela


(084)
I
Nunca pensei
que a minha filha
estivesse cheia
de tantos grilos;
é algo assim
assustador
ela está perdida,
perdida de amor
mas não sei ao certo
por quem afinal
ou se é correspondida
tal e qual.
II
Alguém já viu
uma coisa assim
só na minha filha
eu vejo enfim;
é uma criança
muito imatura
querendo crescer
e ficar madura
querendo enfrentar
essa vida dura
apenas sozinha
querendo ser mulher
sem mesmo nem saber
o que, realmente, quer!
Alina Castelo Branco 
(CA129-1976)