sábado, 21 de março de 2015

Quando eu me for!...


(658)
Quando eu morrer
se nada fiz
de bom na vida;
se nada então
eu construí para deixar
na mão dos filhos
uma coisa vou garantir
a minha vida
em muitos versos
eles vão ter
para recordar
e embalar, eternamente,
e só assim
da minha vida,
dos meus momentos
feitos em versos,
eles poderão de mim lembrar
enquanto eu estiver
num outro universo
num outro lugar.
II
Faço questão
que quando eu me for
eles não tenham
saudade, não;
se por acaso ela vier
peguem meus versos
e vão relendo, devagarinho
tudo que fiz
com muito carinho;
pretendo deixá-los
para que no futuro
de mim, eles vão lembrando
e consequentemente,
vão matando as saudades,
diminuindo as distâncias,
e também me amando!...
III
Não é bonito, cheio de encanto
você, que é filho ou filha
lembrar no dia a dia
de sua mãe
que lutou tanto
mas que só deixou
como lembranças
muito queridas
seu coração, sua vida
sobre um monte de poesias
feitas com amor
pro entes queridos?
IV
Quando eu morrer,
vou logo pedir,
antes mesmo de acontecer:
não chorem por mim
isso não resolve nada;
em vez de choro
e tantas dores,
cubram meu corpo
com muitas flores;
rezem muito pra minha alma,
muita oração
pra que eu ganhe
com rapidez, elevação.
V
Depois do prazo terminado
removam os ossos,
limpe-os direito
e coloque-os encaixotados
numa caixinha
muito pequena e pretinha;
providenciem logo
para que os mesmos
possam viajar de avião
para a minha terra
para o meu torrão;
coloque-os depois
lá no mausoléu
onde os entes queridos
da minha família
descansam em paz
para que eu possa
não me preocupar
e junto dos meus
nesse mausoléu
com tranquilidade
a minha alma
subirá ao céu.
V
Em Maceió nasci
pra lá voltarei;
andei tanto, tanto
buscando alegrias,
conhecendo lugares
coisas diferentes e bonitas
vivendo sempre
das minhas fantasias
mas para viver
só, espiritualmente,
em outras paragens,
prefiro deixar
meus ossos descansar
na terra que nasci
e que vou sempre adorar!
VII
Acreditem, porém
que cada lugar
que um filho meu
possa estar
estarei vigilante,
mesmo de longe
matando as saudades
serei constante;
aproveitando as vibrações
sairei voando
olhando as suas vidas
e também rezando.
VIII
Mais perto de Deus
vai ser bem melhor
pedir por vocês
pedir proteção e amparo
pelos filhos meus!...
Alina Castelo Branco 
(16/07/1976) 
Obs.(Leia a próxima poesia, OBSERVE BEM!)



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