sábado, 27 de dezembro de 2014

Lacuna


(147)
Quantas coisas boas
deixamos de ter,
quantas coisas boas
voam e desaparecem
das nossas vidas.
Você nem nota
nem dá na vista,
depois o tempo
a lacuna fica,
nunca preenchida,
pois aqui na terra
tudo tem o seu lugar
e quando vazio
e desocupado
assim permanece
e ninguém preenche,
pois não tem com que
e assim ao rastro
de um longo caminho,
de uma longa vida,
nós abrimos valas,
enormes crateras
dentro de nós mesmos
e por sobre a terra.
É fácil contar todos
os defeitos, todos os erros
que já cometemos.
Contemos as crateras
que vamos deixando
que vão se abrindo
ao longo do fim
ao longo da vida
que nós construímos.
Alina Castelo Branco 
(16/07/1979) 




Nenhum comentário:

Postar um comentário